domingo, 29 de junho de 2008

A VOCAÇÃO DE FORTUNA DE MINAS

“O que você quer ser quando crescer?”.

Esta é uma das perguntas das quais ninguém escapará na vida.

Quando respondemos a esse questionamento ou auxiliamos alguém a respondê-lo, estamos contribuindo para a descoberta de vocações, ajudando na busca de um futuro de prosperidade.

A vocação, uma vez determinada, tem o poder de ditar um norte, uma direção a ser seguida para orientar as pessoas em suas caminhadas, dissipando as dúvidas, os receios e medos existentes, cedendo espaço, assim, à certeza, à segurança e às realizações.

Mas o que Fortuna de Minas tem haver com tudo isso?

O município tem como base de sua economia as atividades de agropecuária e extrativismo mineral. Mas, será que estes ramos da economia, apesar de sua imensa importância, estão em sintonia com os anseios da população, principalmente com relação aos jovens, que fazem ou farão parte de sua população economicamente ativa?

Muitos desses jovens, lançados à própria sorte no mercado de trabalho, sem uma qualificação adequada, procuram subempregos ou emigram para outras cidades em busca de trabalho para ajudar na manutenção de suas famílias, sujeitando-se, muitas vezes, à disputa de vagas que cumulam os salários mais baixos e as piores condições de trabalho; um caminho triste e quase sempre sem volta.

Alguns, com uma melhor qualificação, buscam a saída em concursos públicos, mas são poucos os que conseguem lograr êxito. Os que conseguem uma formação em nível superior, como em qualquer cidade, não têm garantias de emprego. Onde iriam trabalhar? Qual setor econômico da cidade hoje absorveria essa demanda?

Mas como resolver essas distorções? No curto prazo é pouco provável que essa realidade se inverta, mas no médio e longo prazo, isso é possível.

A resposta a esta indagação está na descoberta da vocação da cidade, tarefa que cabe à população como um todo, com a participação direta das escolas e seus professores, empresários e gestores públicos, dentre outros segmentos sociais, em um amplo debate para decidir o caminho a se trilhar.

Os jovens já deixaram claro que não querem trabalhar nas roças, “na enxada”, dando continuidade aos trabalhos familiares ou em outros serviços braçais, com pesadas jornadas de trabalho e poucas perspectivas de crescimento profissional, por mais nobre e importante que sejam estas tarefas.

Não nos interessa aqui apontar eventuais culpados pela situação atual, mas sim promover uma discussão e reflexão popular para se descobrir e trabalhar uma vocação para a cidade.

Há alguns anos, cidades mineiras como Divinópolis e Nova Serrana descobriram suas vocações. Ambas focaram seus esforços na indústria da moda; a primeira se tornou uma referência nacional na confecção de roupas e a segunda, um pólo calçadista de grande expressão. Mas para que isso fosse possível, foi necessário que houvesse, dentre outros fatores, apoio aos empresários, investimentos na qualificação de mão-de-obra e alguns incentivos fiscais; desafios estes confiados principalmente à Administração Pública Municipal.

O resultado destes esforços é a observância de um crescimento econômico acima da média, com atração de novos investimentos, e uma grande diversidade de atividades econômicas, aumentando as ofertas e opções de emprego nestas cidades.

Fortuna de Minas é uma grande e bela cidade, geograficamente estratégica, fazendo limite com vários outros municípios, mas com vias de acesso bastante precárias. A cidade não pode mais depender da servidão de passagem para se chegar aos seus limites. É preciso investir muito em infra-estrutura para melhorar as estradas que ligam o município às rodovias e cidades vizinhas e trabalhar para a formação de mão-de-obra qualificada. Só assim, a cidade estará inserida no circuito de intenções de investimentos dos empreendedores que investem na região.

Mas que tipo de mão-de-obra formar?

O Brasil e o Estado de Minas Gerais têm uma proposta de crescimento bem definida atualmente e passa por um momento ímpar em sua história. O PAC - Programa de Aceleração do Crescimento – é um bom exemplo disso.

Como sugestão, Fortuna de Minas pode se beneficiar da franca expansão econômica por que passa Sete Lagoas. Várias são as empresas que anunciaram novos investimentos naquela cidade. Serão gerados vários empregos diretos e indiretos. Estes últimos, uma excelente oportunidade para as cidades da região. No médio e longo prazo essas ofertas de emprego aumentarão, é o que se espera. Com uma educação de qualidade somada a ofertas de cursos profissionalizantes que atendam às necessidades das empresas, o município também caminhará nessa vertente de crescimento.

Incentivar e apoiar efetivamente a criação de cooperativas para melhorar a apresentação e qualidade de produtos agrícolas e coordenar o escoamento dos mesmos; investir pesado em turismo; criar e melhorar as vias de acesso à cidade; qualificar a mão-de-obra disponível de forma que esses profissionais sejam aproveitados pelas indústrias que se instalarão na região ou, quem sabe, para que se transformem em novos empreendedores, criando, para tanto, parcerias com empresas privadas de formação profissional ou com o SENAC, por exemplo.

Essas ações, por si só, já seriam um bom começo, como medidas emergenciais de curto prazo, enquanto não se define a vocação que a cidade seguirá para atrair seus próprios investidores.

Mas é preciso que estas ações sejam planejadas e executadas de forma concatenada com outras medidas de médio e longo prazo – tendo em mente que a educação é o segredo do sucesso - para que Fortuna de Minas exerça sua vocação e trilhe de vez seu caminho para o desenvolvimento sustentável, próspero e duradouro.

Por: Bruno Francisco Prado Rocha


Um comentário:

Anônimo disse...

oi pai sou eu a maria clara